terça-feira, 26 de junho de 2007

Rodoviária: Problemas Antigos

Ribeirão Preto, é um importante município e cidade do interior do estado de São Paulo, tem uma população estimada em 560 mil habitantes conforme censo realizado em 2006, que faz da cidade o nono município mais populoso do estado e o quarto mais populoso do interior, ficando atrás apenas de Campinas, São José dos Campos e Sorocaba. A economia crescente faz com que atraia investidores do ramo, imobiliário, alimentício, entretenimento, entre outros. Mas com este crescimento, surgem os problemas de infra-estrutura, um exemplo disso é a rodoviária de Ribeirão Preto.

Inaugurado em 1976, o terminal rodoviário de Ribeirão Preto está operando no limite há vários anos. E desde 2000 a detentora da concessão, a Socicam, tenta construir um novo terminal. A primeira tentativa de construir uma rodoviária no terreno da desativada Companhia Nacional de Estamparia (Cianê), nos Campos Elíseos, fracassou por causa da reação do Ministério Público, que tombou as instalações como “patrimônio histórico”.

Depois, a Socicam chegou a iniciar a terraplanagem em uma área no Jardim Anhangüera. Desta vez quem se opôs aos planos foi a Câmara Municipal. Depois de idas e vindas, no ano passado a Prefeitura Municipal finalmente comunicou à Socicam onde gostaria de ter o novo terminal, ou seja, no mesmo local do prédio atual.

Apesar das melhorias feitas em 2000, com o aumento de plataformas e intensificação da limpeza no saguão principal, os velhos problemas continuam. Como as condições do asfalto que são péssimas na área de desembarque, neste mesmo local há a presença de travestis em plena luz do dia, o cheiro de urina e a presença de pedintes são incômodos, ainda perambulam pelo saguão principal da rodoviária, mendigos, crianças pedindo dinheiro. Não existe ainda uma praça de alimentação, apenas box de lanchonetes, os corredores têm pouca iluminação, atrapalhando o comércio, existente naquele local.

Isso constatado pela equipe de reportagem do Jornal Enfim, que freqüentou a rodoviária durante dois dias. Uma realidade que deveria ter mudado depois da reforma que a Socicam realizou no período de 2000 a 2001. Com a proposta de recepcionar melhor os visitantes.

É difícil entender o porquê desta situação, já que é cobrada uma taxa de R$2,36 por cada passageiro que embarca, apesar de que tudo é cobrado na rodoviária. O banheiro se um viajante quiser utilizar para fazer suas necessidades fisiológicas é R$ 1,00 e para tomar banho R$ 2,00. O guarda-volume é R$ 3,00 por volume no período de 24 horas. Sendo que esta taxa com o propósito de contribuir na manutenção do asfalto da rodoviária e a limpeza do local.

Depois da desativação do terminal urbano situado na praça Carlos Gomes, a rodoviária passou a abrigar a maioria dos ônibus da linha urbana da cidade. Fazendo com que muitas pessoas tenham que passar na rodoviária, todos os dias. Mas nem assim conseguiram melhorar a qualidade de serviço. Para a diarista Solange Couto Farias que vai a rodoviária diariamente para pegar dois ônibus para ir ao trabalho, não se sente segura, em pegar ônibus dentro da rodoviária. “Às vezes à noite quando volto do trabalho e tenho que pegar outro ônibus na rodoviária para ir à minha casa, tenho medo, porque sempre me deparo com pessoas usando droga, pedintes. Precisamos de mais policiamento na parte de desembarque”.

Problemas já levantados pela mídia local, como assaltos e alguns furtos continuam na mesma situação. Como foi o caso da secretária Ana Telma Freitas, que já teve sua bolsa furtada na parte superior de desembargue. “Eu estava com a bolsinha de moedas na mão aguardando a chegada do ônibus para voltar para minha casa, quando um rapazinho, bateu na minha mão e a bolsinha caiu, ele pegou e saiu correndo, não deu tempo de fazer nada”.

E ressalta que ainda tem medo, mas na rodoviária é o ponto de ônibus mais próximo do seu serviço. “Medo à gente tem, mas fazer o que, trabalho perto da rodoviária, aqui fica mais fácil. Só tenho que entregar nas mãos de Deus” lamenta. O espaço para estacionar é outra questão levantada, a área reservada para desembarque dos passageiros em frente à rodoviária, freqüentemente fica congestionada.

Ali também ficam os taxistas. O espaço é pequeno e normalmente há um grande tumulto. Seria necessário a criação de um estacionamento amplo, como sugere o auxiliar de escritório Paulo Almeida. “Estacionar na frente da rodoviária principalmente de fim de semana, é uma dificuldade. Acredito que se houver uma ampliação do estacionamento, poderia melhorar muito o fluxo de carros nos períodos de grande movimentação na rodoviária”.

Há outro problema, são os flanelinhas, se caso alguém pare por alguns segundos para buscar alguém se vê na obrigação de pagar o flanelinha, muitos chegando a estipular o preço, de até R$ 3,00. Como relata Armando Gonçalves, aposentado, que tem uma filha que estuda em São Carlos e vem todo final de semana para Ribeirão Preto. “Às vezes ela esta me esperando sentada, aqui no saguão principal e questão de segundos, vou chamar ela e voltamos para o carro. O rapaz já sai correndo atrás de você para pegar o dinheiro, quando você não dá, eles ameaçam fala que vai marcar seu carro, é muito constrangedor. Muitas vezes acabo dando dinheiro, porque tenho medo, como estou todo final de semana buscando minha filha, penso que eles podem fazer alguma coisa”. E sugere algumas modificações. “A exemplo da cidade de Goiânia, em que a rodoviária e toda cercada, inibindo qualquer ação de pedintes ou flanelinhas. Na verdade o que foi feito aqui em Ribeirão Preto foi uma arrumada na frente da rodoviária. Nas laterais onde ficam várias lojinhas e escuro, cheira urina. Precisava pintar toda a rodoviária, reformar tudo não só uma parte, como foi feito”.


O contrato de exploração concedida a Socicam já venceu havendo a necessidade de uma nova licitação, liberada pela prefeitura de Ribeirão Preto. Segundo a Assessoria da Socicam o projeto de reforma está sendo estudado pela Prefeitura e ainda não tem uma decisão definida, a nova licitação também está em processo de aprovação.

Imigrantes Ilegais
É importante lembrar que no dia 16 de junho, foram detidos pela Policia Federal na Rodoviária de Ribeirão Preto oito comerciantes chineses. Eles são acusados de permanência ilegal no Brasil e foram apreendidas onze máquinas de caça-níquel no qual era de propriedade deles. Os estrangeiros foram ouvidos e três deles não apresentaram documentos e vão receber o prazo de oito dias para deixar o país.

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